segunda-feira, 22 de outubro de 2012




o tempo é uma promessa e eu aprendi a olhar pras estações da natureza e pras estações das pessoas.
a temporada de apresentação na I mostra BNB de dança em Fortaleza trouxe um estado em mim que adapta-se às novas ordens. desejo de não ser metafórica. a subjetividade me consome demasiado. o espaço era pequeno. parecia dispersar a energia. parecia  a energia não caber naquele mínimo espaço, ao mesmo tempo que consegui me perder nele, consegui não saber de que lado o espectador se encontrava. estranho isso. no corpo a sensação de levar as coxias. no corpo o ouvir atento da respiração de quem dançava. fora mágico. fora doloroso. senti pesar em mim a saída-morte de duas cerejeiras. o olhar da morte. o olhar final. saber controlar o rosto como ponto de partida para a neutralidade. mas em um determinado momento o correr da cena modificou minha face, percebi a vontade do meu rosto de falar, e falou. declínio. corpo em ponte. desequilíbrio precário. grito mudo de quem luta com as garras presas. entrarão mais cerejeiras? donde se prolifera esse corpo? voltar, retomar, (re)significar... 


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... das passagens que se fazem presente no efêmero das relações...